A ASE – Associação de Solidariedade Estarrejense foi fundada em 27 de Janeiro de 1979.

Nasceu da vontade de um grupo de pessoas determinadas em fazer o que estava ao seu alcance para acabar com as condições degradantes em que viviam muitas famílias do concelho de Estarreja. Dessas pessoas, destacam-se, entre outras, Alberto Vidal, Tomás Oliveira e Silva, Armando Alves, António Augusto Tavares Oliveira e António Maria Ferreira.

Nessa altura, havia gente que dormia em cima de fardos de palha, em casas feitas de tábuas, sem água e sem eletricidade, em que as janelas eram substituídas por plásticos.
Encontrávamos “casas” com o chão em terra batida, onde nasciam ervas daninhas por baixo da cama, sem qualquer equipamento sanitário, nem condições mínimas de higiene. Existiam famílias numerosas que dormiam todas dentro do mesmo compartimento, no qual o frio entrava pelas brechas das paredes e a água pela cobertura do teto.

A ASE nasceu da convicção de que compete, também, à sociedade civil, contribuir para pôr em prática o que está previsto na Constituição da República Portuguesa: garantir a todas famílias uma habitação condigna.

A sua primeira grande intervenção foi a construção do Bairro da Brejinha, composto por seis casas, num terreno doado por António Lopes de Azevedo, que também entregou 100 mil escudos (cerca de 500 euros) a título de donativo, para o início da construção. Desde então, estas casas estão arrendadas a famílias carenciadas.

Ao longo do tempo, a ASE foi construindo e beneficiando habitações, ajudando muitas famílias a melhorarem as condições das suas casas, sobretudo através do regime de auto-construção.

A par de diversas recuperações, a ASE sempre teve uma Comissão de Assistência, cuja missão foi acompanhar as famílias, ensinando-lhes as elementares regras de higiene e convivência em sociedade.

Entre 1995 e 2001, verificou-se um grande impulso na luta contra a pobreza, com a recuperação de 136 casas degradadas, ao abrigo do Programa INOVAR ESTARREJA, criado pela Câmara de Estarreja, na altura presidida por Vladimiro Silva. A chefia desse projeto foi entregue a Alberto Vidal (também presidente da ASE) que, através de um trabalho conjunto com o sector da autarquia liderado pelo então vereador Fernando Mendonça, possibilitou a realização das obras de recuperações com 50 mil contos (cerca de 250 mil euros) previstos, aproveitando a mão-de-obra que era fornecida pelas famílias beneficiadas.

Em 2001, a ASE celebrou um protocolo com a Segurança Social e passou a ter uma nova valência: atendimento e acompanhamento social, que mantém até hoje.

No ano seguinte, a ASE passa a integrar a rede do Banco Alimentar Contra a Fome e, em 2010, começa a distribuir bens alimentares provenientes do PCAAC – Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados, atual PO APMC- Programa Operacional de Apoio às Pessoas mais Carenciadas.

Em 2005, o Estado decide ceder gratuitamente bairros sociais ao longo do país. Em Estarreja, a Câmara não quis aceitar o Bairro da Teixugueira, por considerá-lo de difícil governabilidade. Para evitar que o Bairro fosse cair em mãos que nada tivessem a ver com o concelho, Alberto Vidal propõe a Marisa Macedo avançarem juntos para a elaboração da candidatura, aquisição e posterior gestão. Em Março de 2005, o Bairro Social da Teixugueira foi entregue à ASE pelo IGAPHE – Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado. A ASE tornou-se, assim, numa das IPSS com maior património de habitação social.

O objetivo que presidiu à fundação da ASE é o mesmo pelo qual se pauta a atuação diária da instituição no cumprimento da sua missão: a luta contra as condições materiais degradantes em que vivem pessoas residentes no concelho de Estarreja, ajudando as famílias a ultrapassar a situação de pobreza e a dar um novo rumo às vidas dos elementos que as compõem.

Em 2022 a ASE passou a integrar uma nova valência, o CAFAP – Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental da ASE é um serviço de apoio especializado às famílias com crianças e jovens, vocacionado para a prevenção e reparação de situações de risco psicossocial mediante o desenvolvimento de competências parentais, pessoais e sociais das famílias.